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26 de agosto de 2009

Notícias - Tripla jornada das mulheres


A tripla jornada exige muito da mulher no mundo de hoje. Ser mãe, esposa e profissional, tudo ao mesmo tempo, não é nada fácil. A dedicação a todas essas tarefas é um desafio.
Por isso, muitas mulheres optam por deixar a vida profissional de lado, para se dedicar a casa e aos filhos. Essas "guerreiras" acabam se afastando do mercado de trabalho por muitos anos ou por até pela vida toda.
Mas, depois de o mundo dar algumas voltas, o desejo ou a necessidade de entrar no mercado de trabalho podem aparecer. Divórcio, filhos crescidos, sonhos não realizados e problemas financeiros levam mulheres de meia-idade a buscar um emprego. Mas por onde começar?
Esse é o tema desta quarta-feira (26) da coluna da repórter Susana Naspolini. Ela mostra exemplos de mulheres que começaram depois dos 40 anos a ganhar o seu próprio dinheiro. São mulheres vitoriosas e corajosas, porque tem o medo e as inseguranças da própria mulher e até as resistências dentro da família e o preconceito do mercado de trabalho.
O barulho da máquina, agora, faz parte da vida de Marileda Silva, de 52 anos. Olhando ela craque na costura, fica difícil de acreditar, mas até pouco tempo atrás a máquina “era um bicho-papão”.
Ela conta que, antes de se casar trabalhou como vendedora, mas, depois, os filhos vieram e ela se dedicou só a casa e as crianças.
“Eu fiquei 20 anos parada, só tomando conta dos filhos, como dona de casa mesmo. Eu me arrependo de ter deixado de trabalhar fora. Fiquei com a autoestima muito baixa. Era só casa, lavar e passar. Eu queria algo mais”, lembra dona Marileda.
Ela foi atrás. Uma vizinha deu a dica, e Marileda se matriculou em um curso de corte e costura. Mas confessa que não foi fácil. “Tive medo de ser velha no mercado. Eu com 45 anos. Ficava pensando se eu ia conseguir fazer o curso”, revela.
E valeu a pena. Hoje, ela trabalha em uma cooperativa de costura, com outras 20 mulheres, e encontrou lá mais histórias parecidas com a dela, como a de dona Maria Madalena, de 58 anos.
“Eu comecei a trabalhar com 52 anos. Foi o meu primeiro emprego. Eu nunca trabalhei fora. Sempre fui dona de casa, sempre cuidei do lar. Hoje, aos 37 anos de casada, cuidando dos filhos e da casa, eu consegui uma oportunidade. Quando meus filhos souberam, eles me incentivaram muito. O meu marido sempre me apoiou em tudo, sempre deu forças”, diz Maria Madalena. Ela seguiu em frente e hoje comemora. “Eu me senti uma profissional, uma pessoa que estava nascendo de novo”.
Marileda não para. Ela já tem dez diplomas de cursos de aperfeiçoamento e, agora, está aprendendo a reciclar garrafas Pet para fazer móveis e vender. “Eu quero mais. Quero subir mais, montar mais cooperativas, ter mais orgulho de mim mesma, fazer mais curso. Estou contando que vou fazer até a faculdade”, afirma.
Perseverança também é o que não falta para Nazaré Ribeiro, de 43 anos. Depois de ficar afastada do mercado de trabalho por mais de 20 anos, ela decidiu trabalhar fora novamente num ramo que nunca tinha tentado antes.
“Eu optei pela área da beleza, porque eu sempre gostei de me cuidar, de cuidar do meu cabelo. Eu achei que esta seria uma direção que eu poderia encontrar para me achar em alguma coisa que eu pudesse ser útil primeiro para mim”, explica.
Ela fez um curso pra cabeleireira e deixou a insegurança de lado. “Eu estava com medo de não ser aceita no mercado de trabalho, de competir com outros profissionais mais jovens”, admite Nazaré.
Hoje, ela trabalha feliz da vida em um salão na zona sul do Rio. “Com certeza está valendo à pena e vai valer mais à pena ainda quando eu puder ver mulheres na minha idade recomeçando, felizes da vida, com todos os problemas que nós temos, mas recomeçando, porque o importante é recomeçar”, afirma a cabeleireira. “Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções a gente viva e viva de fato, traçando os objetivos e conseguindo”.
"Ela pode ser uma profissional muito mais competente", afirma gerente do Sebrae
Segundo o gerente de estratégias Sebrae, Sérgio Malta, é possível voltar a trabalhar após os 40 anos, porque o mercado de trabalho está cada vez mais dinâmico e tem evoluído muito rapidamente. “Alguém que deixou de trabalhar por 10 ou 15 anos vai encontrar uma certa dificuldade. Então, tem que estudar, se atualizar, fazer um curso”, afirma.
Ainda de acordo com o representante do Sebrae, o primeiro passo deve ser um curso. “Mas essa mulher que deixou de trabalhar para cuidar da casa e da família tem um trunfo. Ela está mais madura. Enquanto mulher, ela tem mais capacidade de enfrentar esses desafios”, aposta Sérgio Malta. “Depois que ela recuperar a autoestima, ela pode ser uma profissional muito mais competente e completa”.
Segundo o Sebrae, 20% dos pequenos negócios eram dirigidos por mulheres. Hoje, esse percentual chega 46%.
Sérgio Malta também dá algumas dicas de como as mulheres podem voltar ao mercado de trabalho. “Uma mulher que ficou 20 anos fora do mercado de trabalho desenvolveu algum hobby, algum tipo de atividade caseira. Isso é uma habilidade que pode virar uma competência profissional”, declara. “A gente só é bem sucedido fazendo aquilo que a gente gosta. Então, se ela desenvolveu alguma atividade, ela deve procurar aquela habilidade para se tornar uma competência profissional”.

Bibliografia: www.globo.com/jn

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